O conceito de uma caneta esferográfica remonta à patente registada por John J. Loud em 30
de Outubro de 1888. Tratava-se de um produto
destinado a marcar couros e não foi explorado comercialmente.
Posteriormente, o jornalista húngaro e naturalizado argentino László Bíró inventou a primeira caneta
esferográfica, na década de 1930.
Ele havia percebido que o tipo de tinta utilizada na impressão de jornais
secava rapidamente, deixando o papel seco e livre de borrões. Imaginou
então criar uma caneta utilizando o mesmo tipo de tinta. Entretanto, a tinta,
espessa, não fluía de maneira regular inovação era prática: enquanto a caneta
corria pelo documento, a esfera girava no interior do bico, recolhendo a tinta
do cartucho e depositando-a sobre o papel; complementarmente, vedava o
reservatório, impedido que a tinta secasse (provocando entupimento da caneta)
ou vazasse. László Biró e seu irmão Georg (um químico),
entraram com um pedido de patente da sua caneta esferográfica em seu país
natal, a Hungria, na França e na Suíça em 1938.
Em 1944 László
Biró vendeu a patente do seu invento ao norte-americano Eversharp-Faber pela quantia de dois milhões de
dólares, e, na Europa, ao francês Marcel Bich.
Na Europa, as primeiras
canetas esferográficas acessíveis foram produzidas em 1945, por Marcel Bich,
cujo mérito foi o do desenvolvimento de um processo industrial de fabricação
que reduzia significativamente o custo das canetas por unidade. Em 1949, essas canetas foram lançadas
comercialmente sob o nome "Bic", uma abreviação do seu sobrenome, e
que era fácil de lembrar pelo público. Dez anos mais tarde, as primeiras
canetas "Bic" eram lançadas no mercado norte-americano.
A princípio os
consumidores norte-americanos relutaram em comprar uma caneta "Bic",
já outras modelos de canetas esferográficas haviam sido lançadas sem sucesso no
mercado dos EUA por outros fabricantes. Para vencer essa relutância do público,
a "Bic" veiculou uma campanha em rede nacional de televisão para
informar que a caneta esferográfica "escreve logo de cara, sempre!"
e que seu preço era de apenas 0,299 dólares. A "Bic" também veiculou
anúncios televisivos que mostravam as suas esferográficas canetas sendo
disparadas de espingardas, amarradas a patins de gelo e até montadas sobre
britadeiras. Após um ano, a concorrência forçou a queda dos preços para 0,10
dólares por unidade. Atualmente a empresa fabrica milhões de canetas
esferográficas por dia, atendendo todo o planeta. As canetas são feitas de
plástico ou de metal. A pequena esfera é feita de latão.
Da escola ao trabalho, as
canetas esferográficas fazem parte da nossa vida há tanto tempo que nem nos
damos conta de quanta tecnologia existe neste objeto tão simples. Geralmente,
só nos lembramos das pobres canetinhas quando algum salafrário pega emprestado
“rapidinho” e esquece de devolver.
Resistentes como uma bala
de revólver, capazes até de salvar vidas, conheça algumas curiosidades sobre
este produto de papelaria que é quase uma obra de arte:
1. Tinta pra mais de metro
Cada caneta tem tinta
suficiente para escrever por entre 2 e 3 quilómetros (dá para fazer um traço do
começo ao fim da Avenida Paulista, em São Paulo). Não importa a cor da caneta –
a única diferença entre a preta e a azul, as tradicionais, são os corantes:
carbono para preto, ferro para azul. Os pigmentos são adicionados a um solvente
– água ou óleo – e essa mistura molha a esfera na ponta da caneta, que gira e
passa a tinta para o papel. Daí o nome “esferográfica”.
2. Corpinho em forma…
De hexágono, geralmente,
para evitar rolar sobre superfícies. No meio do corpo há um furinho, que mantém
a pressão atmosférica dentro da caneta igual à de fora. Assim, a pressão ajuda
a empurrar a tinta para a ponta da caneta. Por causa desse design, a Bic virou
até peça do acervo de design do Museu de Arte Moderna de Nova York.
3. Bola de bala
A bolinha da ponta da
caneta, que passa tinta para o papel, é de carbureto de tungstênio, metal usado
em balas de revólver e quatro vezes mais resistente do que o aço. Já o corpo da
caneta é mais inofensivo, de poliestireno e polipropileno, plásticos usados em
copos descartáveis.